Paulo Rodrigues Vieira, ex-diretor de Hidrologia da Agência Nacional de Águas (ANA), preso pela Polícia Federal (PF), na última sexta-feira (23), durante a Operação Porto Seguro, teve uma forte atuação na região, onde Paulinho angariava apoio para viabilizar sua candidatura a deputado estadual em 2014. Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) no diretório de Gavião Peixoto desde 2003, chegou a ser candidato a vereador no ano seguinte, mesmo sem residir na cidade.
Depois das eleições de 2004, Paulinho manteve domicílio eleitoral em Gavião Peixoto, mas não morou na cidade, visitando amigos regularmente em Araraquara. O resultado, no entanto, não saiu como esperado. Gastou muito dinheiro, foi o mais votado do partido na ocasião, mas os 55 votos que recebeu (1,88% do total dos votos válidos). Paulo Vieira, apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema de tráfico de influência em órgãos do governo, deixou por volta das 20h30 desta sexta-feira (30) o Batalhão de Choque, da Policia Militar de São Paulo, onde estava preso.
A decisão de dar a liberdade foi do desembargador Nelton dos Santos, que concordou com os argumentos do advogado de Paulo Vieira, Pierpaolo Bottini, de que, suspenso de suas funções pela presidente Dilma, não apresentava mais riscos para as investigações. O advogado disse que Vieira deve permanecer em São Paulo. "Ele ficou muito satisfeito, embora ainda está muito surpreso com todas essas acusações", disse Bottini, após a saída do ex-diretor.
O ex-diretor da ANA foi preso por causa de seu "alto poder de influência" que permitiria a ele obstruir a coleta de provas pela polícia. Ele e o irmão Rubens Vieira estavam presos desde que a Operação Porto Seguro foi deflagrada, no dia 23. Segundo a decisão, os irmãos estão impedidos de exercer cargo público, de deixar o país e devem se apresentar à Justiça a cada 15 dias.
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